12 de dez. de 2008

DO OUTRO LADO

A sensação de ficar dentro daquele apartamento era de sufoco. Eu já havia vomitado toda a cerveja que ficara da última festa e a única coisa que eu conseguia ouvir era Janis pedindo pra eu pegar um pedaco de seu coracão.
A noite quente me deixava com vontade de ir pra rua. Os poucos amigos que tenho estavam trabalhando ou cansados demais pra mais uma bebedeira sem sentido.
Sai sozinho.
A multidao que ocupava a faxada do bar me condenava por estar só. Entrei e encontrei uma mesa ao fundo.

Pedi uma cerveja.
No meio do segundo copo eu a vi.

Ela tava ali. Radiante como sempre. Sorridente como sempre.
Eu não sei bem como mas ela tem um poder de parecer sempre bem, mesmo quando reclamava de uma nota ruim ou de uma briga boba com os pais, o sorriso acabava sempre estampado no seu rosto.
E sabe, ela não era bonita, mas tinha um charme incondicional. A forma com que ela arrumava o cabelo fazia com que chamasse atencão de todos no lugar. Homens e mulheres a olhavam de canto querendo decifrar de onde vinha tanta energia.

Ela me viu. Seu sorriso fechou.
Eu a odiava ainda mais por saber que ela não viraria a cara e ignoraria minha presenca. Mesmo depois de tudo.

Ela parou a conversa que estava tendo com um rapazote metido a cover de alguma banda inglesa, lhe lançou um sorriso e uma piscada e se dirigiu a minha mesa.
Séria.
Ela ficava mais charmosa séria. Parou na minha frente e disparou ironicamente.
“Sozinho aqui?”.
Ela só queria me mostrar a capacidade que tinha de fazer amigos e de não ficar sozinha.
No fundo ela me odiava por eu conseguir. Ela me odiava por eu não precisar dela.
Eu ofereci um copo e um lugar na mesa. Ela me encarou, foi até o balcão e pegou mais uma cerveja. Depois dessa, veio a quarta, a quinta, a sexta.

Terminamos a noite como sempre.
Nus.
Transformados em um único corpo.

Naquela noite não trocamos mais que meia duzia de palavras.
Não nos aguentavamos mais.
Ao mesmo tempo queriamos aquela noite pra sempre.
Eu queria aquela noite pra sempre.

Eu sabia que quando ela saisse de dentro das minhas cobertas eu a odiaria como de costume. Eu fugiria dela e de qualquer coisa que lembrasse ela.
Eu era um fraco.

Quando estava com ela.

5 comentários:

Anônimo disse...

QUERIDA
Na verdade acompanho teu blog a tempos..etsa nos meus favoritos
me identifico ate demais comq escreve,,demais
aforo tua sensiblidade
ai me puxei e começei a escrever p as dores cessarem e os bixos sairem
bjs
petit
escritas felizes à nós

Anônimo disse...

quero saber suas teses
escreva
achoq entendo sim
ate demais
naquele dia q te vi na peça ficou eu la sofrendo caladinah esperando por aquele q eu desisti de mentira no blog
arff odeio homens e suas inseguranças

Anônimo disse...

DEMAIS. Demais.

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog..ótimos textos...adorei ver Janis sendo citada...some say love it`s a river...

S disse...

Aliceeeeeeeeee que issooooo tu é FODA!