18 de nov. de 2009

quando é bom a gente fala.

Hoje foi um dia inusitado. Decidida, comprei um livro. Maravilhoso. Fui convidada pra ser atriz de um VT de lubrificante. Dormi por 40 minutos no ônibus. É quase inaceitável o tempo que o T9 roda pela cidade. Comprei um doce delicia. Encontrei velhos amigos. Conheci um novo terapeuta e chorei falando da vida. Dancei na chuva. Pensei em ti mais do que eu gostaria. Vi uma peça linda. Chorei ouvindo Billie Holiday. Pensei em ti um pouco mais e lacrimejei meu orgulho ao ti ver tão lindo. Ou te imaginar tão lindo. Passei o dia vestida como uma colegial londrina. Fumei mais do que eu gostaria. Comprei uma passagem por 5 euros de Paris pra Barcelona. Escutei Belchior sem parar. Pensei em voar pelo vento e encontrar uma nova razão de vida em um lugar bem diferente. Vi um menino no ônibus. Ele usava um aparelho, acredito eu, para segurar a coluna. Sua camiseta tinha a silhueta do rosto do Bukowsky desenhada a mão. Afude pra caralho. Sinto sono e carrego nos ombros os pequenos prazeres que a vida oferece de abraço aberto. É bom registrar.

Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
Deixemos de coisa, cuidemos da vida.


Um comentário:

Everton Cosme disse...

Adorei a parte do Bukowski. Sou o último fã da lista dele, já que os primeiros ele consideraria um bando de puxa-sacos.

Curti o escrito pra caramba, e deparar-se com a cara do velho safado estampada por aí realmente torna o dia inusitado.