6 de jan. de 2010

é da chuva que não para.

Chove agora. As coisas não estão no lugar.
E isso é claro pra mim.
Talvez seja isso que me deixe mais triste.
Não é o fato de a minha boca estar longe da tua.
Mas sim, por mais uma vez, eu ter de abaixar a cabeça pro amor.
Eu sinto como se eu estendesse os braços e dissesse:
Me rendo!
Leva tudo. Meu coração, meu ego, tuas marcas no meu peito.
Vai! Leva!
Não quero as nossas fotos nem esse cheiro do teu sexo me rondando.
Queria-te inteiramente como éramos.
Tira essa tua personalidade suja daqui.
Essa que me ameaça e me descuida.
O mais incrível é como tu consegue encostar a faca no meu pescoço e despertar os sentimentos mais ambíguos.
Alguém já se sentiu ambíguo?
Dividido?
bem e mal.
rancor e carinho.
amor e ódio.
Se bem que amor e ódio entram na mesma barca.
O oposto do amor é o não sentir.
É o afastar. O esquecer.
Acho que taí o meu medo.
Que tu me esqueça.
A cor da minha calcinha predileta. O arrepio do meu beijo na tua orelha.
O meu nome.
Tu já pensou se tu esquece meu nome?
Acho que eu preferiria esquecer antes.
Eu queria abduzir a tua presença do meu mundo.
Mas agora parece que meu ódio ta na mesma linha tênue do meu amor.
E talvez eu só quisesse o teu abraço molhado da chuva.
Mas isso tu nunca faria.
É por isso que termino esse texto aqui.
E não aí.


7 comentários:

Adriana Gehlen disse...

droga.
eu não devia ter lido isso.
já to quase mudando de idéia do qe postei agora.
quase... vou fugir.

Madame Morte disse...

Todo mundo esquece todo mundo.Todo mundo logo substitui todo mundo quando as coisas começam a ficar um pouco difíceis.
Talvez ausência de sentimentos seja bem mais segura que o sentir em si.

Everton Cosme disse...

Um tapa de luvas...


Penso na caligrafia trêmula em um papel sem linhas, sob a luz vacilante de um abajur e o som de uma canção esquecida pelo tempo, rememorada ao som de outra voz...

Fer Borges disse...

Que blog bacana... peguei o link no do Bruno Bandido.

Anônimo disse...

Olá, desculpe invadir seu blog assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através do blog do meu homonimo Fabrício Carpinejar. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.

Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.

Abraços
Fabrício Santiago
Link do blog: http://narroterapia.blogspot.com/

Pam disse...

Simplesmente Alice. Texto forte. Texto que mexe com a gente. Como tu, meu bem. Me apaixonei pelas palavras. Saudade de vc. Ainda bem que vim te visitar, mesmo que pelo blog, pude te sentir um pouco perto de mim. Beijos!

Leandro Borges disse...

me fez sentir eu
engraçado como a vida é...

se quiser, lê isso:

http://poesyas.blogspot.com/2010/01/supernova-do-teu-olhar.html

beijos