Caralho. Eu quebrei a porra da letra v do meu teclado. O ctrl v fica inutilizado e eu só consigo copiar. O colar perde todo o sentido. Além disso, coloquei um incenso forte aqui no quarto pra não ter perigo da minha mãe sentir o cheiro do cigarro, já que tu, meu álibi, se afundou nas tarefas universitárias e esqueceu que eu precisava saciar minhas vontades no teu corpo. Passo o fim da noite escutando músicas de mulherzinhas do passado. Destinys Child, Cristina Aguilera, Toni Braxton, TLC, Spice Girls e por ai vai. Chega a ser engraçado. Eu aqui, pensando em explodir de excitação, paixão, tesão e tu ali, na tua introspecção caótica, submerso na luz do teu quarto que me reflete na janela. Ai eu fico olhando o cinzeiro enquanto seu conteúdo aumenta, falando com meninos que acham que me conhecem e tentam ganhar um pouquinho de atenção falando de cinema e teatro e música e me convidam pra visitar suas casas e eu nego porque era contigo que eu queria estar. Será que é muito difícil entender que eu ando de peito aberto, sangrando toda minha paixão e que quando eu gosto, eu me atiro no trilho descarrilado e só paro depois de atropelar centenas de vidas. Eu gosto disso. De viver intensamente as relações. Porque eu não sei quando pode vir um novo trem. Tu sabe que eu estou sempre de malas prontas nas estações. E mesmo que eu trema as pernas, sempre sou impulsionada a novidade. Deve ser por isso que achei bom tu ter “esquecido” de dizer que estaria cansado demais pra vir até aqui. Me fez refletir sobre a grandeza da solidão. E garoto, ela é imensa. Tão imensa quanto o medo. Esse que tu sente quando teu olhar se cruza com o meu por mais de 30 segundos. escrever me ressucita. só morro mesmo de amor.*
*Fabrício Carpinejar.
Terra de mim
Há 5 semanas