Chove agora. As coisas não estão no lugar.
E isso é claro pra mim.
Talvez seja isso que me deixe mais triste.
Não é o fato de a minha boca estar longe da tua.
Mas sim, por mais uma vez, eu ter de abaixar a cabeça pro amor.
Eu sinto como se eu estendesse os braços e dissesse:
Me rendo!
Leva tudo. Meu coração, meu ego, tuas marcas no meu peito.
Vai! Leva!
Não quero as nossas fotos nem esse cheiro do teu sexo me rondando.
Queria-te inteiramente como éramos.
Tira essa tua personalidade suja daqui.
Essa que me ameaça e me descuida.
O mais incrível é como tu consegue encostar a faca no meu pescoço e despertar os sentimentos mais ambíguos.
Alguém já se sentiu ambíguo?
Dividido?
bem e mal.
rancor e carinho.
amor e ódio.
Se bem que amor e ódio entram na mesma barca.
O oposto do amor é o não sentir.
É o afastar. O esquecer.
Acho que taí o meu medo.
Que tu me esqueça.
A cor da minha calcinha predileta. O arrepio do meu beijo na tua orelha.
O meu nome.
Tu já pensou se tu esquece meu nome?
Acho que eu preferiria esquecer antes.
Eu queria abduzir a tua presença do meu mundo.
Mas agora parece que meu ódio ta na mesma linha tênue do meu amor.
E talvez eu só quisesse o teu abraço molhado da chuva.
Mas isso tu nunca faria.
É por isso que termino esse texto aqui.
E não aí.
Terra de mim
Há 5 semanas